segunda-feira, 7 de setembro de 2015

8º capítulo- "É isso que te define?"

Portanto, vamos recapitular. Eu estou neste preciso momento praticamente solteira porque uma rapariga (desculpando o termo) de merda se intrometeu na minha felicidade, que me fez duvidar de quem eu mais amo, o André que ficou magoado com a minha atitude. Em seguida voltou para o treino e lesionou-se . Neste momento estou em frente ao posto médico do Benfica e o meu coração bate mais rápido do que alguma vez batera. Eu bem rezo, bem choro em silêncio, bem falo sozinha, bem olho para o relógio vendo os ponteiros a fazer"tic-tac" e o tempo passa lentamente e ninguém me diz nada! Sempre pensei que se dormisse um pouquinho, o tempo passaeia a voar e eu teria notícias. Por isso vou encostar aqui a minha cabeça e fechar os olhos. Eu sei, não vou conseguir dormir mas poderei nos cantinhos solitários da minha mente imaginar que vai tudo ficar bem. Que eu e ele vamos ficar bem e que tudo será meros detalhes da nossa eterna história! Eu sei que nos riremos disto, eu sei! 

-Joana? Podes ir vê-lo. - Diz Marco, o médico do caixa. 

Eu não pensei em mais nada e entrei. E quando entrei fui a correr abraçá-lo, quer ele esteja chateado ou não, ele não me negaria isso. 

-Porquê dúvidas Joana? Eu nunca te dei motivos para isso!- Ele estava tão desiludido. 

-Eu não duvidei de ti André. Eu duvidei de mim, de ser suficiente para ti!

-Como assim?- Agora olhava para mim com raiva e surpresa.

-Olha para mim! Eu não tenho a forma perfeita, existem mulheres bem mais atraentes! Não tenho uma cinturinha fina, ou um par de mamas gigantes! Tenho as pernas fininhas, não sou super magra! 

-E tu achas que é isso que me traz felicidade? Um número numa balança? Ou um número de uma calça? Como é que tu podes pensar que eu penso assim? É isso que te define? É isso que define a tua felicidade? 

-André, não é nada disso... 

-É sim! É quando as tuas inseguranças acabaram com aquilo que tínhamos. Sai por favor.  

"Sai por favor" "Sai por favor" 

Todas as minha armas, toda a minha força estava nele. Com é que eu viveria sem ele? Sem aquele cheiro natural que só ele tem? Sem aquele sorriso lindo logo pela manhã? Sem a sua boa disposição? Não viveria. Só sobreviveria. Só respiraria. 
Soltei um soluço tão grande que até ele se assustou. 
                               

Limpei as lágrimas, peguei na bolsa e segui em frente. 

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Estou á precisamente 4 horas a ver episódios repetidos de "keeping up with the kardashians" com um balde de gelado em frente. Gostava de ter a vida delas. E o corpo delas. E o dinheiro delas. Enfim, como sempre me disseram, não nasci com o rabo para o ar, tenho que batalhar pelas coisas. Mas hoje nem força tenho para encomendar uma pizza. A campainha tocou. Lá fui eu abrir. Era a Adriana. 

-Dri! Preciso tanto de ti!- Amarrei-me a ela.

-Já soube o que se passou. 
Caminhamos até ao meu quarto e sentamos-nos na cama. 

-Mas como assim? Como é que sabes? 

-Sabes, o André calhou de contar aos jogadores no balneário, isto depois de ficar melhor e o Sílvio contou-me. Já agora, o Sílvio ficou triste ao saber que namoravas e não disseste nada. 

-Pois, disseste bem, namorava. Deixa, eu depois combino um café com ele. 

-Como estás?- Adriana estava triste e preocupada. Apertou-me o coração saber que deixo as pessoas assim. 

-Ai Dri...- E pronto, desabei em lágrimas. 

             

Depois de uns bons minutos de limpar o interior, larguei a Dri. 

-Está tarde, devias ir embora Adriana. 

-Trouxe o meu pijama, vou ficar aqui! Não te vou deixar sozinha!

-Mas eu não fico sozinha, tenho a Sora.. OH MEU DEUS ESQUECI-ME DE VISITAR A SORAIA! 

-Deixa, eu fui lá e expliquei a situação. Ela disse que até ficaria chateada se tu fosses lá. 

-Pronto então sendo assim, vamos alugar um filme. 

Ficamos até bem tarde a ver filmes e decidimos dormir. Adriana fez questão de me abraçar e na escuridão da noite, fiquei a sofrer silenciosamente ao lembrar que a melhor história da minha vida acabou por algo tão estúpido. 

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Papelada, papelada, papelada, papelada. Tanto trabalho que o Benfica tem que até enjoa. Vou é almoçar que já não aguento ver isto á frente. 

Quando cheguei á cantina foi o cúmulo. Todos os jogadores estavam lá. Quando entrei fizeram um silêncio tremendo. O Sílvio levantou-se e veio em minha direção. 

-Ouve, lamento muito. 

-Lamentar o quê? Ninguém morreu pois não? Ninguém morreu ouviram? Sim todos vocês! Parem de olhar para mim como se a minha mãe tivesse morrido! Eu estou viva, eu já enfrentei muito para morrer num término de relação ok? Façam a porra das vossas vidinhas que eu faço A PORRA DA MINHA VIDINHA! 

Tudo olhava para mim. André contia-se para não vir ter comigo. Peguei no meu almoço e fui para um cantinho, peguei nos fones e meti a música bem alta para não ouvir ninguém. Tudo continuava fixo em mim, até o meu ex. Que porcaria de dia, devo dizer. Acabei de comer e aproximei-me da mesa. 

-Sílvio? Desculpa a minha reação contigo. 

-Não é na boa.- Ele era muito compreensivo. 

-Depois combinamos qualquer coisa.- Baixei-me para lhe dar um beijo na bochecha visto que ele estava sentado e virei propositadamente o meu rabo para o lado do André. Sim provoquei um bocadinho mas foi só isso. 

Voltei para o meu gabinete. Sentei-me até que ouço uma batida. 

Abro a porta e era André. 

-Não devias ter-me provocado.- Encosta-me brutalmente contra a porta e beija-me fortemente. 

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Oi meninas! Mais um capítulo, comentem a vossa opinião. 
E este fim? Não tirem conclusões precipitadas! ;) 
Beijinhos 










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